Mobilização integra campanha nacional contra práticas abusivas do banco, como terceirização fraudulenta, fechamento de agências, demissões, pressão por metas e assédio.
O SindBancários promoveu, na manhã desta terça-feira (11/03), um ato em frente à agência Centenária do Santander, no Centro de Porto Alegre. A mobilização integra a campanha nacional do movimento sindical contra as práticas abusivas do banco, que vem adotando medidas como demissão, terceirização desenfreada e fechamento de agências em massa, além de pressão por metas e assédio moral. Os dirigentes denunciaram que essas ações sobrecarregam e prejudicam a saúde dos trabalhadores, que estão adoecendo física e mentalmente. Além disso, prejudica o atendimento à população que procura as agências.
Diretor do Sindicato e representante dos trabalhadores do RS na Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Luiz Cassemiro explicou como o desmonte feito pela gestão tem precarizado o serviço prestado. "Aqui na agência Centenária hoje são atendidos clientes de outras 19 agências que fecharam. Essa sobrecarga adoece os colegas e prejudica o atendimento, gerando grandes filas de espera. Ontem os clientes dessa agência tiveram que esperar até 3h para serem atendidos pelo gerente, isso é um absurdo, não pode acontecer! Enquanto aumenta seu lucro em cima da força de trabalho dos colegas, o Santander demite, terceiriza e piora seu atendimento, o que é um desrespeito com os empregados e a população", afirmou.
Ele ressaltou que o Santander é uma concessão pública no Brasil e, portanto, tem responsabilidade social de oferecer um serviço de qualidade. A questão da terceirização da atividade-fim, que se caracteriza como fraude nas relações de trabalho, já foi denunciada nos órgãos competentes. "Vamos em todas as instâncias para denunciar essas práticas abusivas e fraudulentas", acrescentou Cassemiro.
A diretora do SindBancários e empregada do Santander Carmem Guedes destacou o papel da entidade na defesa dos direitos da categoria. "É um desrespeito o que o banco está fazendo com os funcionários. Têm assédio moral e sexual, além de pressão para atingir metas abusivas. Agora, surgiu mais essa de os colegas precisarem comprar seu uniforme para trocar. E os clientes tendo que se deslocar de locais distantes em busca de atendimento por causa do fechamento de agências. Viemos apoiar os trabalhadores do Santander e também os clientes, pois estamos juntos nessa luta por mais respeito e dignidade", pontuou.
Conforme o secretário-geral do Sindicato e secretário de Saúde da Contraf-CUT, Mauro Salles, a exploração praticada pelo Santander é surreal. "O cliente que entra na agência se autoatende, quando precisa de um caixa é mal atendido, pois têm poucos funcionários, então gera filas; ele não tem acesso ao gerente se precisa solucionar algum problema; e ainda paga tarifas e juros altos quando faz empréstimos. Além disso, o banco não dá condições de trabalho aos colegas, pratica pressão por metas e assédio, gerando um alto nível de adoecimento, porque ninguém aguenta trabalhar assim. O Santander explora os clientes, explora os bancários e explora o país, porque seu lucro vai pra Espanha, não fica aqui. Isso é inadmissível e não vamos descansar enquanto não enquadrarmos esse banco", defendeu.
Durante a live do ato realizada no perfil do Instagram do SindBancários, trabalhadores do Santander se manifestaram em concordância às falas dos dirigentes e agradecendo por serem sua voz, já que muitas vezes são silenciados por precisarem do emprego. Na carta aberta distribuída aos colegas e clientes na mobilização (veja aqui), foram elencados sete pontos problemáticos da gestão do Santander:
1. Reestruturação e retrocesso
2. Assédio moral e pressão por metas
3. Desvalorização e exclusão dos caixas
4. Novo modelo de vestimenta
5. Retirada do ponto eletrônico
6. Terceirização em massa
7. Fechamento de agências em massa
Fonte: SindBancários Porto Alegre