Em ato público, trabalhadores e sindicalistas defenderam a importância histórica e social da Caixa em seu 164º aniversário.
Na manhã desta segunda-feira, 13 de janeiro, em frente à sede da Caixa Econômica Federal, no Edifício Querência, em Porto Alegre, aconteceu o ato que celebrou os 164 anos da instituição. O evento, promovido pelo Sindicato dos Bancários, teve um caráter não apenas comemorativo, mas também de protesto e mobilização em defesa do banco público.
Os sindicalistas destacaram a importância histórica da Caixa, que ao longo de sua trajetória tem sido fundamental no financiamento de políticas sociais e no apoio à economia popular. Porém, também ressaltaram as dificuldades enfrentadas pela instituição nos últimos anos, especialmente durante o governo de Jair Bolsonaro, quando aumentaram as tentativas de privatização de empresas públicas, incluindo a Caixa.
O presidente do Sindbancário Porto Alegre e região, Luciano Fetzner, afirmou que o aniversário da Caixa é um momento de reflexão e de mobilização. "Não podemos deixar que a história e a função social deste banco sejam apagadas. A luta por um banco público acessível é essencial para o desenvolvimento do país e para a garantia de direitos dos cidadãos", afirmou Fetzner.
A celebração dos 164 anos da Caixa também foi um grito de resistência pela defesa do patrimônio público, destacando o papel da instituição no financiamento da habitação, da educação e da saúde para a população brasileira.
O diretor da CUT e do Sindbancários, Everton Gimenis, relembrou a atuação da Caixa durante a enchente de maio de 2024. "A Caixa teve uma atuação muito forte durante a enchente. Porto Alegre alagou devido à ineficiência do governo Melo, que não fez a manutenção do sistema de contenção de cheias. Com menos de 6 metros de água, a cidade não deveria ter sido inundada. A culpa foi transferida para a CEEE Equatorial, que o próprio Melo ajudou a privatizar", criticou Gimenis.
José Joaquim, diretor regional da Anapar, falou sobre o papel social da Caixa ao longo dos seus 164 anos. "A Caixa sempre esteve ao lado do povo brasileiro, cumprindo uma jornada social que poucas instituições têm no país. Ela é 'pelo povo, para o povo'. Sempre foi e sempre será", destacou Joaquim.
Sandro Cheiran, da Fetrafi-RS, também ressaltou o papel essencial dos funcionários da Caixa. "A Caixa já passou por períodos turbulentos, mas segue firme, muito graças aos seus funcionários. Eles são fundamentais para o avanço da instituição, especialmente no atendimento social", afirmou Cheiran.
Luciano Fetzner reforçou o compromisso na defesa dos bancos públicos. "A Caixa tem um papel essencial na vida dos brasileiros, oferecendo serviços que os bancos privados não oferecem, como empréstimos com juros baixos e contas correntes acessíveis. Devemos defender a Caixa contra qualquer tentativa de privatização", disse Luciano.
Paulo Caetano, diretor do Sindbancários e trabalhador da Caixa desde a década de 90, falou um pouco sobre a ancestralidade da Caixa. "A Caixa sempre esteve ao lado do povo, desde a época da poupança dos escravizados que queriam comprar sua liberdade. Hoje, ela continua cumprindo esse papel social, e tenho orgulho de fazer parte dessa história", afirmou Caetano.
O funcionário da Caixa e diretor do Sindbancários, Tiago Vasconcellos, destacou a importância da instituição para a classe trabalhadora. "A Caixa tem sido essencial para o trabalhador, seja no pagamento do fundo de garantia, seguro-desemprego ou na conquista da casa própria. Ela não só oferece serviços, mas também está ao lado do povo nos momentos de crise", afirmou Tiago, que também é membro da Executiva da CUT-RS.
Por fim, Sabrina Muniz, secretária-geral do Sindbancários e trabalhadora da Caixa, falou sobre o trabalho dos funcionários no banco. "Estamos hoje em um dia emblemático de comemoração. As pessoas que falaram antes de mim já destacaram a importância da Caixa, e eu quero falar um pouco sobre quem faz isso acontecer: os funcionários que trabalham dia a dia, enfrentando diversas situações, durante a pandemia do Covid-19 eles estiveram ali, se colocando em risco para atender à população. Durante a enchente do ano passado, não foi diferente. Tivemos uma catástrofe no Rio Grande do Sul, e a Caixa esteve presente em todos os momentos. Em Eldorado do Sul, onde 90% da cidade foi atingida, a Caixa foi a primeira a abrir. Nossos colegas ficaram cinco meses atendendo em uma agência móvel para servir à população. Aqui no Querência, não conseguimos retomar todas as atividades porque não temos fornecimento de energia elétrica.” explicou Sabrina. Sobre a valorização dos funcionários, Sabrina enfatizou a necessidade de um melhor olhar para as pessoas por parte da direção do banco. “A Caixa precisa valorizar de fato seus funcionários. Não adianta apenas mandar mensagens bonitas e comemorações, enquanto falta gente para atender. O novo concurso não vai suprir nossas necessidades, e o cadastro reserva é insuficiente. Ou seja, não vamos conseguir trazer novas pessoas. A Caixa precisa entender que o Saúde Caixa é muito importante para o quadro funcional e precisa retirar esse teto de 6,5% que limita a participação, já que ela não cumpre com sua parte do combinado. Além disso, as questões da Funcef precisam ser resolvidas. Precisamos de valorização e reconhecimento real para que possamos fazer a diferença na vida das pessoas. O bem-estar dos trabalhadores é fundamental para o bom funcionamento da instituição", concluiu Sabrina.
O ato terminou com o canto de parabéns, seguido de um bolo servido aos presentes e à população. A celebração dos 164 anos da Caixa Econômica Federal foi, portanto, um momento de reconhecimento e reflexão sobre a importância histórica da instituição, mas também de mobilização pela preservação do banco público, essencial para o desenvolvimento do Brasil e o atendimento às necessidades da população.
Fonte: SinBancários Poa e Região