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#CAMPANHASALARIAL | 11/09/2024
Santander frustra seus funcionários

O Banco Santander manteve sua política de diferenciação entre os funcionários do Brasil e da Espanha durante a continuidade das negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) específico para seus empregados. Enquanto os trabalhadores espanhóis gozam de benefícios como isenção de tarifas, taxas de juros diferenciadas para linhas de crédito, os funcionários brasileiros não têm este direito. A reunião de negociação, conduzida com a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, aconteceu na tarde desta quarta-feira (11/09), na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), em São Paulo, e terminou sem avanços significativos.

No sexto encontro entre as partes, a COE começou cobrando uma resposta global do banco, já que, até o momento, nenhuma resolução concreta foi apresentada. Contudo, a proposta do Santander ficou muito aquém das expectativas e frustrou os trabalhadores.

"Hoje o Brasil é o segundo país que mais gera lucro para o banco Santander mundialmente. Lamentavelmente, a realidade na rede de agências é de poucos colegas sobrecarregados e adoecendo. Não pode ser normal colegas com 15, 20 anos vestindo a camisa do Santander pedindo demissão diante deste modelo que não valoriza os trabalhadores. O Santander é uma concessão pública no Brasil, tem responsabilidade com a população brasileira, tem responsabilidade com a geração de emprego", observou o dirigente Luiz Cassemiro, integrante da COE do Santander.  

Dentre as reivindicações da COE está a isenção de tarifas de manutenção de conta dos trabalhadores do banco. Parece ser pouco, mas é uma valorização para os colegas, na análise de Cassemiro. "Hoje os funcionários do Santander buscam crédito no mercado por ter taxas mais atrativas, isto é, negócio e fidelidade para o banco. Este ponto os colegas nos trazem com frequência. Não pode ser possível o banco deixar seus trabalhadores buscarem crédito mais barato com o concorrente", afirmou. 

A pauta da terceirização da atividade fim por parte do Santander também vem sendo fortemente debatida nas mesas de negociação. Para o movimento sindical, tal modelo tem representado uma fraude nas relações de trabalho. O próprio judiciário já está reconhecendo este equívoco por parte do Santander, dando sentenças favoráveis aos trabalhadores quando pedem equiparação como bancários. Os trabalhadores são o maior patrimônio do banco, é justo que sejam valorizados e reconhecidos pelo seu esforço de trabalho", complementou o dirigente. 

Entre as decisões que geraram maior indignação está a proposta do banco de compensar o Programa de Participação nos Resultados do Santander (PPRS) com a Participação nos Lucros e Resultados (PLR). "Deixamos claro que não aceitaremos retrocessos como a compensação do Programa Próprio Remuneração na Participação de Lucros como o banco está querendo aplicar. Isto seria uma grande frustração para os colegas, a retirada de remuneração. Esperamos que o Santander reveja sua posição de retirada de benefícios e remuneração e atenda as reivindicações para que de fato contemple a valorização dos colegas", finalizou Cassemiro. 

O banco concedeu a isenção da coparticipação do plano de saúde para os funcionários PCD, com doenças crônicas, degenerativas e AIDS. Porém, se recusou a estender o benefício para filhos dos trabalhadores com os mesmos problemas, com destaque para os neurodivergentes.

Os representantes dos trabalhadores também pressionaram por uma solução para os problemas enfrentados com os planos de saúde em diversos estados do Brasil e pelo fim das terceirizações, além de defenderem que os sindicatos representem todos os trabalhadores do grupo.

A secretária de Relações Internacionais da Contraf-CUT, Rita Berlofa, lamentou a postura do Santander nas negociações, que tem gerado insatisfação entre os empregados. “Esperamos que o banco se mostre sensível aos problemas dos seus trabalhadores e atenda às nossas reivindicações. Queremos isonomia de direitos com os trabalhadores do Santander da Espanha, afinal estamos submetidos às mesmas obrigações.”

 

Fonte: Contraf-CUT com edição da Fetrafi-RS

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