Um protesto foi promovido, nesta terça-feira (06/08), na agência Centenária do Santander, no Centro Histórico de Porto Alegre, contra o assédio moral no banco. A atividade foi organizada pelo SindBancários e pela Fetrafi-RS, após o recebimento de denúncias sobre a prática em agências da Capital. O ato integra a campanha "Menos Metas, Mais Saúde", da Contraf-CUT, bem como a Campanha Nacional dos Bancários.
Entre os exemplos de assédio moral relatados pelos trabalhadores estão pressão por cumprimento de metas abusivas, exposição por ranqueamento, sobrecarga de trabalho, ameaças e demissões sem justificativa, gerando adoecimento físico e mental dos bancários. Na mobilização, ocorreram intervenções de hip hop, com rimas sobre os problemas enfrentados pela categoria. Os dirigentes sindicais distribuíram material informativo sobre a gestão do horror no Santander e denunciaram à população as práticas do banco.
O secretário de Saúde da Contraf-CUT, Mauro Salles, foi enfático em sua fala sobre o banco. “Eu acuso o Santander de ter uma prática de gestão que tem gerado sofrimento e adoecimento! Essa porta aqui é a porta pro inferno, todo dia colegas têm que passar por ela e enfrentar pressão, humilhação! Quando saem continuam sendo pressionados por meios digitais, com cobrança cotidiana de metas, de noite, de manhã cedo. Assim ninguém aguenta, é impossível trabalhar sem adoecer! Não vamos aceitar que continue esse tipo de postura, isso tem que acabar, isso vai acabar”, pontuou.
Ele ressaltou que dados da Previdência Social mostram o número de afastamentos de colegas do banco bem acima dos demais trabalhadores. Além disso, o Ministério Público do Trabalho e o Ministério do Trabalho e Emprego já entraram com ações contra o Santander, e o Judiciário tem condenado sistematicamente o banco por assédio moral e pressão por resultados. “Os trabalhadores são explorados, mas vocês clientes do Santander também são explorados, com os juros altos cobrados pelos empréstimos, quando conseguem empréstimos”, afirmou Salles.
A diretora de Aposentados do SindBancários, Natalina Gue, destacou o adoecimento causado pelo ambiente de trabalho. “Apenas nos primeiros seis meses do ano, 28 colegas foram afastados. As agências estão esvaziadas, em função das demissões, além da falta de condições de trabalho. Há reclamações sobre quem toma café e vai ao banheiro, como sendo perda de tempo. Não podemos admitir esse assédio moral, nós vendemos nossa força de trabalho, não nossa saúde”, defendeu.
Para o diretor de Diversidade e Combate ao Racismo do Sindicato, Sandro Rodrigues, o Santander não tem respeito nem consideração com os bancários. “Estamos em Campanha Salarial e uma das nossas pautas é o combate ao assédio moral, à pressão e à perseguição contra os trabalhadores. Queremos negociar com a superintendência do Santander para tratar do desrespeito à jornada de trabalho, entre outras atitudes que geram adoecimento dos empregados”, afirmou.
As entidades sindicais seguirão pressionando o Santander, bem como os demais bancos, para que acabem com as gestões adoecedoras, com demissões, terceirização, fechamento de agências e precarização do trabalho. O SindBancários e a Fetrafi-RS reivindicam a instituição de gestões humanizadas, com respeito à diversidade, promoção da igualdade e garantia de um ambiente de trabalho saudável para os funcionários.
Assista a cobertura completa do ato no Instagram do SindBancários:
Fonte: SindBancários Poa e Região