O movimento sindical vem buscando ampliar o apoio de todas as instituições financeiras aos colegas que foram atingidos pelas enchentes no estado do Rio Grande do Sul. Pouco a pouco, cada banco vem ampliando o leque de iniciativas, cada um ao seu modo. No caso do Banrisul, foram até o momento dois anúncios: um programa emergencial de ressarcimento de despesas de hospedagem e alimentação para os desabrigados; algumas linhas de crédito facilitadas e estendidas. Diante da escala da tragédia, a representação sindical considera as medidas adotadas até então importantes porém ainda insuficientes.
Por conta disso, a Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras do Rio Grande do Sul – Fetrafi/RS, representando o Comando e os seus sindicatos filiados, encaminhou ofício à presidência do Banco, nesta sexta-feira (17/05), no qual apresenta as seguintes reivindicações:
1. Carência de 12 meses sem juros dos empréstimos consignados de funcionários atingidos pelo Estado de Calamidade;
2. Antecipação de até 10 remunerações contratuais, com devolução parcelada e sem juros;
3. Renegociação de dívidas dos empregados com juros reduzidos;
4. Crédito de um Tíquete Alimentação extraordinário;
5. Anistia/abono de todas as horas não trabalhadas em decorrência do desastre;
6. Durante a vigência do Estado de Calamidade, consideração do atingimento de 100% das metas para efeitos de programas de remuneração (PLR/PPR/Bônus);
7. Criação de um canal de apoio psicológico que envolva empregados(as), dependentes e familiares;
8. Criação de um programa de assistência aos trabalhadores terceirizados(as) e estagiários(as) atingidos(as) pelas enchentes.
Luciano Fetzner, presidente do SindBancários, enfatiza que "O Banrisul precisa ser elogiado por ter sido a primeira instituição a anunciar o auxílio moradia emergencial. A flexibilização de linhas de crédito para os funcionários será de grande ajuda no momento da reconstrução. Mas entendemos que ainda falta o banco alcançar mais alívio e suporte de maneira direcionada. Nem o estado nem o Banco tinha parâmentros estabelecidos para enfrentar tudo isso, mas olhando para outras iniciativas que vêm surgindo sabemos que é possível fazer mais por esses colegas. Muitos deles precisarão reconstruir suas vidas do zero."
O argumento é reforçado no ofício. “A gravidade desta situação, não dependeria sequer da decretação de Estado de Calamidade Pública, por parte do Governo Estadual. Ela é reconhecida internacionalmente. Por isso, a Fetrafi/RS e seus Sindicatos filiados entendem que o Banrisul deve apresentar algumas iniciativas urgentes de maior impacto, a exemplo do que já fizeram outras instituições financeiras, cada uma ao seu modo”, afirma o documento encaminhado à Instituição pela Fetrafi/RS.
Na opinião da diretora da Fetrafi/RS, Raquel Gil de Oliveira, "O Banrisul, assim como os demais bancos, tem plenas condições de aportar recursos para auxiliar Banrisulenses e demais trabalhadores e trabalhadoras que lhe prestam serviços nesse momento de flagelo. O momento pede toda a solidariedade e apoio possíveis às pessoas afetadas e o nosso banco do estado tem o dever de dar o exemplo às demais instituições com ações contundentes de auxílio aos seus empregados".
Segundo o diretor de Comunicação do SindBancários, Gilnei Nunes, "Somente a oferta de crédito com cobrança de juros não é suficiente para resolver a situação para aqueles colegas que perderam todas suas coisas dentro de casa e, em alguns casos, talvez perdido a própria casa. O mapeamento identificando a situação de cada colega que sofreu com a calamidade das chuvas no RS deve ser uma prioridade. O Banrisul estar à disposição dos clientes é algo muito importante, mas dar assistência aos empregados atingidos pelas chuvas é essencial para que estes profissionais tenham condições de atender o povo gaúcho com a qualidade que todos e todas merecem", finalizou o dirigente.
Até o momento, o Banrisul anunciou as seguintes medidas voltadas aos seus empregados:
1. Ressarcimentos:
a.Despesas com hospedagem e alimentação entre 06/05 e 12/05, limitado a R$425,00/dia;
b. Despesas com hospedagem em 14/05 e 31/05, limitado a R$328,00/dia
2. Programa Reconstruir:
a. Financiamento imobiliário, com liberação de 90% do crédito para custo de obra, prazo de 180 meses para pagamento e taxa de juros de 7% ao ano + TR;
b. Linha de crédito para aquisição residencial de 90% financiado, até 420 meses para pagamento e juros de 7% ao ano + TR;
c. Carência de 3 meses no pagamento das operações de crédito imobiliário já contratadas;
d. Postergação de parcelas dos créditos consignados;
e. Nos créditos não-consignados será dada a opção de reprogramar as próximas 4 parcelas mensais (créditos contratados até 0/04/2024);
f. Prorrogação do prazo de pagamento das parcelas de maio e junho do cartão de crédito e opção de parcelamento do saldo total em 12 vezes;
g. Crédito pessoal fidelidade com prazo de 36 meses de pagamento, taxa de 1% a.m. e vencimento da primeira parcela em setembro.
Fonte: SindBancários Poa e Região