Bancários e bancárias protestaram contra a proposta reduzida de PPR apresentada pelo Banco.
Com a palavra de ordem "queremos um PPR justo para todos", banrisulenses protestaram, por volta do meio-dia desta quinta-feira (07/11), em frente ao prédio da Direção Geral (DG), no centro de Porto Alegre, contra a proposta de PPR rebaixada e anti-isonômica apresentada pelo Banrisul. Além dos trabalhadores do Banco estavam presentes dirigentes da Fetrafi-RS, de sindicatos filiados da capital, região metropolitana e interior do RS.
A atividade foi organizada pelo Movimento Sindical, após a categoria em peso ter dito "NÃO" à proposta do Banco, durante rodada de assembleias que aconteceu na terça (05/11) à noite. Na maior base, Porto Alegre, 75,56% votaram contra. No interior do estado, segundo levamento da Fetrafi-RS, o índice de rejeição ultrapassou 80%. Isso porque os banrisulenses entenderam que a proposta cria disparidade entre os trabalhadores, beneficiando aqueles de mais alto escalão, além de reduzir o valor a ser recebido em relação ao PPR do ano passado e elevar o gatilho de metas para que os banrisulenses façam jus ao benefício.
Mauro Salles, diretor de Saúde da Contraf-CUT, abriu o ato falando sobre o assédio moral que os trabalhadores e as trabalhadoras sofrem cotidianamente para cumprir metas abusivas impostas pelos bancos, incluindo o Banrisul. "Na hora de cobrar metas e resultados eles estão aí presentes, realizando, muitas vezes, assédio moral e adoecendo os colegas. Agora, na hora de dar o retorno da remuneração discriminam, privilegiam os altos salários, em detrimento da maioria dos trabalhadores que fazem o resultado do banco”, denunciou.
Para Raquel Gil de Oliveira, diretora da Fetrafi-RS, o Banrisul pediu uma resposta e os trabalhadores deram, com a rejeição à proposta nas assembleias em todas as bases. "Agora a bola está com o Banco, a diretoria tem que voltar pro jogo e debater o que significam essas metas absurdas que ninguém mais entende, pois mudam a cada dia. E além de discutirmos os padrões de PPR, temos que discutir também os parâmetros dessas metas abusivas", salientou.
O diretor do SindBancários Porto Alegre e Região e da Fetrafi-RS, Sérgio Hoff relatou que, desde o ano passado, a Comissão de Organização dos Empregados (COE) dialoga com o Banrisul sobre os problemas das construções das metas e o quanto são nocivas e abusivas. "A partir disso tentamos construir uma proposta de PPR que fosse minimamente equânime em seus critérios. Mas o Banco apresentou uma proposta indecente e ainda se retirou da mesa, passando a se comunicar por ofício. A negociação é na mesa, não no papel nem por e-mail. Então esperamos que a diretoria reveja sua postura de tentar arrochar os colegas, aumentando o ganho só de alguns cargos em função da produção de outros, e volte a negociar”, defendeu.
Os diretores da Federação Fábio Soares e Ana Betim Furquim reforçaram o desrespeito com os banrisulenses que a proposta de PPR apresentada representa. “O Banrisul não é da diretoria e sim do RS, é importantíssimo pro desenvolvimento do nosso estado e o banco não pode brincar, não pode retroceder, tem que avançar, e para isso tem que respeitar para ser respeitado. Essa é a indignação que trazemos para esse ato, que esperamos que seja único, que logo seja retomada a negociação”, salientou Fábio.
"Essa proposta é uma falta de respeito ao movimento sindical e aos trabalhadores, que são quem se dedicam no dia-a-dia do banco para o atendimento à população. Queremos achar que foi um equívoco da direção, o que acontece, então esperamos que possam nos demonstrar isso com uma nova proposta de PPR em que todos recebam, pois todo mundo trabalha, especialmente os colegas das agências, portanto merecem respeito", opinou Ana.
Após o encerramento das falas dos dirigentes, foi oferecido salchipão aos trabalhadores do Banco e à população que passava pelo local.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Fetrafi-RS, com colaboração de SindBancários Porto Alegre e Região