Em clima de preocupação sobre as condições de trabalho, o SindBancários e a Fetrafi-RS recepcionaram os colegas do Banrisul na retomada gradual das atividades presenciais no prédio da Direção Geral, no Centro de Porto Alegre. Na segunda-feira (08/07), foi reaberto o prédio e retornaram ao trabalho 30% do total de cerca de 2 mil banrisulenses que atuam na DG. Segundo representantes do banco consultados pelo Sindicato, está previsto para as próximas semanas um processo de retorno ao presencial dos demais. Quem atua no modelo de trabalho híbrido seguirá trabalhando neste formato.
A agência central também reabriu o atendimento ao público no mesmo dia. Os dirigentes das entidades conversaram com os colegas na chegada à DG, entregaram o jornal O Bancário de junho e pediram que quaisquer problemas sejam comunicados ao Sindicato para providências. Entre as preocupações apontadas estão qualidade da água, questões estruturais e pleno funcionamento dos sistemas. Quanto à água, o Banrisul informou que a Corsan, responsável pelo abastecimento do local, realizou testes e garantiu que está apta ao consumo.
Segundo o presidente do Sindicato, Luciano Fetzner, a presença na DG também é uma tentativa de aproximação com o Banrisul, neste começo de negociação da Campanha Salarial, com a entrega da minuta de reivindicações nessa terça (09/07). “Buscamos retomar o diálogo com o banco, não só sobre as questões da calamidade, mas entrarmos de fato no processo de negociação da Campanha Salarial, que envolve vários temas, como PPR, teletrabalho. Precisamos de muito diálogo e participação dos colegas nos meses de julho e agosto, e temos o desafio de obter a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho e terminarmos a campanha vitoriosos”, afirmou.
Para a secretária-geral do SindBancários, Sílvia Chaves, a situação dos trabalhadores da Região Metropolitana que precisam se deslocar até Porto Alegre é uma das mais problemáticas. “Temos uma preocupação especial com os colegas que vêm de cidades que costumavam utilizar o trem, pois segue fora de operação na Capital. Sabemos que as linhas de ônibus ainda estão precárias, as estradas também não estão em boas condições. Então pedimos que aqueles que tiverem dificuldade de se deslocar de maneira segura, que nos procure pra que possamos intermediar com o banco a melhor solução”, pontuou.
O diretor da Fetrafi-RS, Sérgio Hoff, relatou que as entidades estão acompanhando o funcionamento do prédio, a fim de conferir itens como infraestrutura e condições de trabalho. "Já que o banco não responde o que queremos saber sobre a situação da DG, a gente veio até aqui inspecionar e perguntar pros colegas, pra ter uma ideia de como está a situação", ressaltou. Ele também destacou o início das negociações da Campanha Salarial e as pautas mais relevantes no contexto pós-enchente, como o atendimento aos trabalhadores afetados, a reabertura das agências atingidas e a assistência necessária para a população gaúcha como um todo.
“Tem muita gente chegando, vários colegas emocionados por estarem voltando ao trabalho presencial, e muitos também reclamando das condições. Estamos verificando a situação, para cobrar do banco as condições de trabalho necessárias para atuação no prédio”, salientou o diretor do SindBancários, Gerson Reis.
O SindBancários e a Fetrafi-RS seguem acompanhando de perto o processo de retorno dos banrisulenses aos locais de trabalho, tanto nas áreas meio quanto nas agências atingidas pela calamidade, que precisam retomar assim que possível o pleno funcionamento. Os dirigentes reforçam que quaisquer problemas enfrentados pelos bancários devem ser comunciados ao Sindicato, seja questões pessoais, como dificuldade de deslocamento, ou problemas estruturais nos prédios.
Fonte: SindBancários Poa e Região