Trabalhadores e trabalhadoras de todo o estado participaram nesta sexta-feira, 5, do ato e caminhada que marcou o lançamento da campanha de rua e de mídia da categoria bancária. A manifestação partiu da frente da agência central do Banrisul, na Praça da Alfândega, em Porto Alegre, e reuniu representantes dos sindicatos filiados à Fetrafi-RS, além de políticos e trabalhadores de diversas categorias.
A pauta de reivindicações da campanha salarial deste ano busca a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho da categoria, com recuperação do poder de compra dos(as) trabalhadores(as), mas vai além, como afirmou o diretor de Comunicação da Fetrafi-RS, Juberlei Bacelo, durante o ato. “Nos últimos quatro anos, tudo o que fizemos foi resistir a diversos projetos que flexibilizam nossas condições de trabalho e retiram os nossos direitos. E é por isso que estamos dando esse passo importante de tomar as ruas na nossa campanha nacional com esse diálogo amplo.”
Sobre a campanha de mídia, realizada pela Verdeperto Comunicação, que estará em outdoors, rádios e redes sociais, Bacelo destacou que “neste período de pandemia e reclusão de mais de dois anos tivemos de aprender a utilizar novas ferramentas para continuar a nossa luta. Foi assim na nossa campanha salarial de 2020, quando aprendermos a fazer militância pelas redes sociais”, lembrou Bacelo, “Agora que voltamos às ruas, não podemos deixar de lado tudo o que aprendemos ao longo dos últimos dois anos. Vamos fazer nosso combate por todos os meios que estiverem ao nosso alcance”, destacou,
Juberlei destacou que o mês de agosto é decisivo, pois “as negociações com a Fenaban e com os banqueiros vêm acontecendo desde o mês de julho e nenhuma proposta concreta foi feita pela Federação de Bancos”. “É muito papo e nenhuma proposta para o conjunto dos bancários. Nós estamos na luta porque queremos recompor nossos salários, queremos aumento real e o fim das metas abusivas que vem adoecendo parcela importante da nossa categoria”, enfatizou.
Mais cedo, o diretor também falou sobre a campanha à Rádio ABC, de Novo Hamburgo. “Estamos tomando as ruas de Porto Alegre para chamar a atenção da sociedade, já que as nossas reivindicações também não são só específicas. Este ano a campanha nacional dos bancários tem uma estratégia de que, para além das nossas reivindicações, nós queremos dialogar com temas mais gerais, em função da conjuntura que estamos vivendo no país.”
O presidente do SindBancários, Luciano Fetzner, do Banrisul, saudou os participantes e destacou que um dos objetivos da caminhada é ‘unir a categoria para ganhar força na negociação’ da pauta econômica com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), cuja largada se deu nesta semana. “Queremos alertar a população sobre os lucros exorbitantes dos banqueiros, que é o resultado do trabalho dos bancários, sim, mas também das taxas abusivas cobradas dos clientes e da população”, sustentou.
Ex-presidente da entidade e atual vice-presidente da CUT-RS, Everton Gimenis, destacou os efeitos nefastos da crise econômica aguda pela qual passa o Brasil e que tem sua origem na política de Bolsonaro e seu “Chicago Boy”, ministro da Economia, Paulo Guedes.
Em seguida, os participantes saíram em caminhada pela rua Caldas Junior, chamando a atenção de motoristas e pedestres que passavam pela esquina com a 7 de setembro. A passeata se deslocou até a rua Uruguai, em frente ao Banco do Brasil, para terminar na Praça Montevideo, em frente ao paço municipal. Foi quando dirigente sindical do BB e também diretora da Fetrafi-RS, Cristiana Garbinatto tomou a palavra e de cima do carro de som, salientou:
“É emblemático que a nossa caminhada termine em frente a uma agência do Banco do Brasil, uma instituição de todos os brasileiros e que nós pressionamos para que tenha sua função pública respeitada. É um banco que precisa desenvolver este país, é inadmissível que tenhamos três importantes bancos públicos e eles não sejam utilizados para o fomento do povo do RS, no caso do Banrisul, e do restante do Brasil, no caso da Caixa e do BB”, avaliou. A dirigente pontuou que “é impossível termos bancos públicos operando com profissionais adoecidos sem a reposição do contingente e sem a realização de concurso”.
Além dos bancários de Porto Alegre, participaram trabalhadores de Santa Rosa, Rosário do Sul, Santo Ângelo, Alegrete, Santa Maria, Ijuí, São Luiz Gonzaga, Passo Fundo, Bagé, São Leopoldo, Vacaria, Camaquã, Rio Grande, Vale do Paranhana, Rio Pardo, Camaquã, e Litoral Norte também participaram do ato e da caminhada. As próximas tratativas com os bancos devem acontecer na segunda-feira, 8 de agosto.
Fonte: Fetrafi-RS e SindBancários Porto Alegre e Região
Fotos: Araldo Neto/Verdeperto e Ramiro Sanchez