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Nota de repúdio | 07/06/2022
O que está por trás da exaltação de Lazari ao militarismo?

Um vídeo do diretor-presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Júnior, que circulou no WhatsApp na semana passada, causou revolta dos bancários e da sociedade brasileira. Na gravação, ele conta que foi soldado em 1982 e que se orgulha de ter servido ao Exército Brasileiro, no 39º Batalhão de Infantaria Motorizada, durante um ano. 

Lazari, que também é presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), enaltece o serviço militar e diz que este foi fundamental para a construção da sua carreira no Bradesco e na formação do seu “caráter”. Retidão, determinação, respeito, união, disciplina são alguns dos “aprendizados” citados pelo ex-soldado. 
Há dois dias, Lazari se explicou informando que o vídeo havia sido produzido como uma homenagem e publicado apenas no site do 39º BIM e que “alguém” teria capturado o vídeo do site e distribuído nas redes sociais.
Acidente ou não, a Fetrafi-RS repudia o conteúdo e a divulgação do vídeo. Em primeiro lugar, ele promove o militarismo em um período delicado, no qual as instituições democráticas sofrem ameaças de grupos extremistas que desejam o retorno de uma ditadura ao país. Seria essa uma sinalização de que o presidente da Febraban apoia o Regime Militar?
Em segundo lugar, fica clara a comparação que Lazari faz de um quartel com a rigidez da sua gestão no Bradesco. A disciplina e a retidão das quais ele tanto se orgulha se traduzem no trato dos gestores do Banco com os seus empregados, que adoecem pelo exagero na cobrança de metas e são demitidos sem qualquer demonstração de empatia mesmo durante uma pandemia.
Bancário não é soldado, embora tenha muitas batalhas a vencer no dia a dia e viva em guerra por melhores condições de trabalho e respeito. As melhores práticas administrativas da área de gestão de pessoas estão no campo oposto do militarismo. 
Por último, cabe lembrar que os lucros astronômicos do Bradesco não são obtidos apenas com seus clientes militares, mas com os produtos e serviços usados por toda a sociedade. Em meio a uma crise econômica sem precedentes, na qual a população tem sofrido com a alta da inflação e os juros cada vez maiores, são os bancos os únicos beneficiados. Mais do que nunca, uma empresa genuinamente brasileira, como Lazari fez questão de frisar, deve dialogar com todo o país e defender a democracia.

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