Representantes dos empregados e das empregadas do Banrisul discutiram, nesta quinta-feira, 24, na mesa da Comissão de Saúde com o Banco, a retomada do trabalho presencial e das sequelas pós-Covid. O movimento sindical fez cobranças e reivindicações para o retorno com segurança e dentro do marco legal da Portaria Interministerial MTP/MS n° 14, de 20 de janeiro de 2022.
“O Banrisul sempre foi tido como um exemplo no manejo da pandemia, tivemos protocolos avançados e o Gabinete de Crise. Mas, agora, os prefeitos parecem que estão querendo acabar com a pandemia por meio de decreto e isso nos preocupa muito”, iniciou a diretora de Saúde da Fetrafi-RS, Denise Falkenberg Corrêa.
Além da cobrança para que o retorno ao trabalho presencial seja criterioso e dentro das normas federais vigentes, (os)as representantes dos(as) trabalhadores(as) reivindicaram a continuidade do home office para as gestantes e pessoas do grupo de risco para Covid que apresentem laudo médico. “Nós, do Sindicato, rechaçamos o convite do Banco para retorno de gestantes. A variante atual (do coronavírus) é mais contagiosa e ainda está matando de 300 a 500 pessoas por dia no Brasil”, afirmou Ana Lúcia Guimaraens, diretora do SindBancários Porto Alegre e Região Metropolitana.
De acordo com os representantes do Banrisul, o retorno ao trabalho presencial no prédio da Diretoria-Geral de 100% dos empregados e empregadas se dará nos dias 4 e 18 de abril, sendo 75% na primeira data e 25% na segunda. Entretanto, o prédio tem limitações impostas pelo Plano de Prevenção Contra Incêndios (PPCI), por isso alguns andares e unidades não terão suas vagas completamente preenchidas, o que vai resultar em um revezamento.
O Banco se comprometeu a republicar as orientações sobre os cuidados com a Covid-19 e a seguir rigorosamente os protocolos conforme Instrução Administrativa publicada no dia 21 de março. O movimento sindical respondeu que estará vigilante e atuante para fiscalizar se as normas serão mesmo cumpridas, principalmente com relação ao uso de equipamentos de proteção individual e distanciamento entre as estações de trabalho.
Com relação a gestantes e aos grupos de risco, os representantes do Banco responderam que não há nenhuma orientação para reavaliação de casos, mas que levarão a demanda para a diretoria.
Pós-Covid
O pós-Covid para quem teve a doença também preocupa as entidades sindicais. “Temos preocupação com as sequelas, como problemas de memória, otites, infecções e problemas respiratórios que os colegas estão relatando”, pontuou a segunda secretária do SindBancários Porto Alegre e Região, Silvia Chaves.
No momento há 32 casos suspeitos e/ou confirmados para Covid-19 reportados dentro do Banrisul. No início de fevereiro, quando houve o surto, esse dado chegou a 700. Para avaliar as sequelas da Covid nos(as) banrisulenses, a representação dos(as) empregados(as) sugeriu que sejam incluídas perguntas sobre o tema no próximo questionário do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), o que foi acatado pelo Banco.
Além disso, segundo a representação do Banco, está em fase de finalização o protocolo de sequelas que será feito junto com o Moinhos de Vento. Os empregados e as empregadas que tiveram Covid-19 registrado serão chamados para essa análise. O Banco se comprometeu a apresentar o protocolo à Comissão de Saúde assim que estiver pronto.
Outros assuntos
Outros temas discutidos na mesa foram a disponibilização de vacinas contra o vírus Influenza. Segundo o Banco, a campanha de vacinação está sendo elaborada e será avaliada na próxima quarta-feira pelo Comitê formado pelo Banrisul e Cabergs Saúde. Também foram levantadas questões pontuais em agências do interior do estado, o retorno ao trabalho presencial de pais com filhos pequenos não-vacinados e a avaliação de desempenho das pessoas em home office.