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Banrisul | 10/12/2021
BanriDay vira evento de oferta de venda do Banrisul público

Uma palavra fundamental para o futuro do Banrisul público faltou no evento BanriDay, evento de apresentação do Banrisul para o grande mercado bancários mundial ocorrido via online na quinta-feira, 9/12. Dois momentos são reveladores da intenção deste dia dedicado aos “investidores” e acionistas do banco público.

A palavra que faltou foi justamente “público”. Difícil deixar de pensar que, de um governador neoliberal, que mentiu durante a Campanha eleitoral e tirou da constituição do Estado, ele mesmo Eduardo Leite, pudesse vir algum reforço da importância do Banrisul público para o desenvolvimento econômico e social do Rio Grande.

Muito mais complicado esperar da atual diretoria do banco essa mesma perspectiva. Afinal, o Banri Invest Day está em inglês e não por acaso. Antes mesmo de a Assembleia Legislativa preparar o Banrisul para a venda em duas votações em abril e junho deste ano de aprovação da PEC 280, o banco estadunidense JP Morgan havia sido contratado justamente para fortalecer a marca Banrisul. Leia-se preparar para a venda.

Pois podemos recortar dois momentos que implicam nesta visão que os quase 10 mil Banrisulenses precisam ter deste evento. Uma delas vem do atual presidente do Banrisul, Claudio Coutinho.

Por entre os conceitos de apresentação contidos na sua fala logo no início do vídeo como “mergulhamos a fundo em entender o perfil e os valores do Banrisul”, dos três pilares que ele acredita serem o Banrisul (varejo, pessoas e eficiência das “estratégias e perspectivas para 2022”).

Coutinho deixou claro que o desmonte do Banrisul irá continuar no ano vindouro. Se não, por qual motivo falaria em “reestruturação”, em “fusão de agências” e responderia à pergunta que ele mesmo faz: “Mas quem é o Banrisul?”

Sim, Coutinho, o Banrisul é “um banco comercial, com 93 anos de história”, “com a missão de ser o agente financeiro do Estado do Rio Grande do Sul” e de ser “rentável”, sólido e competitivo”, o que sempre foi, sendo público desde 12 de setembro de 1928, quando foi criado pelo então “presidente” do Estado, Getúlio Vargas.

O grande problema é que o presidente justapõe a excelência do banco ao desmonte que pretende continuar aplicando no último ano de governo de seu parceiro, o governador Eduardo Leite. Ficou claro quando ele disse que vai continuar a fusão e o encerramento de agências. Coutinho não esconde que trabalha muito para que o Banrisul tenha “estruturas mais leves”

Leia abaixo a fala destacada do presidente:

“Para manter a excelência dos serviços que prestamos, estamos constantemente aprimorando nossa infraestrutura e arquitetura de TI [Tecnologia da Informação]. Em outra frente, continuaremos reestruturando nossa rede de atendimento físico por meio da fusão ou do encerramento de agências e postos de atendimento. Um dos nossos mantras é adaptar as melhores práticas de gestão para mitigar riscos, utilizando os recursos de maneira eficaz”, palavreou Coutinho.

Assista à íntegra do Banri Invest Day

O outro momento, digamos crítico, para o Banrisul público, foi a palavra submissão. E ela foi proferida por ninguém menos que o diretor institucional, Wagner Lenhart. Ele abordou a importância da governança corporativa ante “a necessária submissão do Banrisul e seus acionistas, controladores, administradores e membros do Conselho Fiscal ao regulamento da Câmara de Arbitragem da B3”. Aqui, devemos pensar na Bolsa de Valores.

Voto para governador e resistência

O diretor da Fetrafi-RS e funcionário do Banrisul, Sergio Hoff, pediu atenção dos colegas Banrisulenses ao conteúdo das falas dos diretores durante o Banri Invest Day. “Os colegas precisam assistir a esse evento com os olhos e os ouvidos bem abertos para aquilo que realmente interessa que é exatamente este ponto: qual é o futuro do Banrisul?  Mas não só o futuro do Banrisul, mas o futuro do Banrisul enquanto banco público do Estado Rio Grande do Sul. Os colegas precisam enxergar com esse filtro as falas que foram colocadas nesse evento”, alertou Sergio Hoff.

Para o dirigente, chegou a hora de pensar nas eleições do ano que vem. Há nomes como do deputado federal Luis Carlos Heinze, do ministro Onix Lorenzoni e de políticos do MDB, como o deputado federal Alceu Moreira e até do ex-governador José Ivo Sartori que podem aparecer nas urnas e que representam a ideologia da privatização do Banrisul.

“E, com esse filtro, os colegas devem pensar muito bem no ano que vem em quem eles vão votar. Esses nomes vão continuar o projeto privatista do Eduardo Leite. Portanto, os colegas precisam olhar para esse evento com atenção e muito mais ainda pensar e refletir sobre em quem eles vão votar no ano que vem e como vamos resistir daqui até a próxima eleição”, ponderou o diretor da Fetrafi-RS.

No mais, boas notícias. O lucro do Banrisul nos primeiros nove meses do ano chegou a R$ 723 milhões e é 47,92% superior ao do mesmo período do ano passado. O evento também apresentou a propaganda de apoio ao “agro”, números que realçam a missão de desenvolver o Estado e expandir para além-fronteiras a marca Banrisul.

E uma novidade. O Banrisul lançou recentemente a BanriTec, uma espécie de incubadora de startups que já nasce apoiando 30 empresas de tecnologia. Isso é bom sim, diga-se, mas dificilmente se poderá dizer que fará bem ao Rio Grande, ao povo gaúcho e aos Banrisulenses, os verdadeiros responsáveis históricos da construção da força do Banrisul. Justamente, porque faltou dizer que o nosso banco é público. E isso é revelador.

Fonte: Imprensa SindBancários

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