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Saúde | 01/10/2020
Outubro Rosa chega em meio ao caos na Saúde

Ao longo de todo o mês de outubro, entidades e instituições chamam a atenção para a prevenção ao câncer de mama, o segundo que mais acomete mulheres em todo o mundo, com a campanha Outubro Rosa. A discussão, porém, vai além do autocuidado, do autoexame e do diagnóstico precoce. Trata-se de discutir o acesso à saúde pública, ao tratamento rápido e de qualidade.

Uma reportagem publicada pela BBC Brasil nesta quarta-feira, 30 de setembro, chama a atenção para o tempo de espera por exames e tratamentos, não só no SUS, mas também na rede particular conveniada. Segundo a matéria, dados da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) nos meses de abril e maio mostram uma queda de 75% do movimento cirúrgico em grandes centros de oncologia, públicos e privados, comparando-se ao mesmo período de 2019.

Isso não é porque está reduzindo a incidência da doença, que atinge 61,61 mulheres em cada 100 mil, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), mas à falta de atendimento durante a pandemia da COVID-19. Dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) indicam que 70% dos procedimentos para retirada de tumores malignos deixaram de acontecer em abril. E, conforme o DataSUS, houve redução de procedimentos em pacientes oncológicos este ano: entre janeiro e julho foram realizadas 80.235 cirurgias contra 91.153 feitas no mesmo período do ano passado.

O caos na saúde não está relacionado à pandemia do coronavírus, apenas, segundo a diretora de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora da Fetrafi-RS, Denise Falkenberg Corrêa. Esse é um fator de agravamento, mas os problemas já são anteriores. "Precisamos de políticas públicas de saúde que garantam o atendimento emergencial às pessoas que buscam cirurgia e tratamento para qualquer tipo de doença. Temos que fortalecer o SUS para que ele dê conta de toda a população desassistida”, reforça, lembrando que o câncer de mama é uma doença curável, desde que receba tratamento desde o início, assim que descoberta. 

O SUS, bem como outros serviços públicos estão sendo sucateados desde a Emenda Constitucional 95, que congelou os gastos da saúde, educação e segurança, áreas prioritárias para promoção da qualidade de vida e do bem-estar social. Com isso, faltam equipamentos, medicamentos e funcionários nos hospitais e na rede básica de atenção à saúde. Em Porto Alegre, recentemente, a prefeitura demitiu 1,8 mil funcionários do Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família (Imesf).

"O sucateamento do SUS faz parte da tática dos governos neoliberais para privatizar todos os serviços públicos e deixar a população cada vez mais vulnerável. Os movimentos sociais precisam se unir e defender o serviço e os servidores públicos para que ninguém mais precise esperar meses ou anos por uma cirurgia”, conclui Denise.

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